O surgimento de feridas de decúbito em pacientes obesos
- laitfliga
- 7 de abr. de 2016
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É comum encontrarmos pacientes acamados ou cadeirantes que estejam abaixo do peso. Isso deve-se ao fato, dentre outras coisas, da imobilidade no leito diminuir a massa muscular, assim como uma alimentação inadequada não suprir todas as necessidades daquele indivíduo naquele momento. Isso certamente é um problema quando pensamos no fato de que a pessoa fica 24h ou a maior parte do dia sobre o leito ou a cadeira de rodas. No entanto, há também pacientes obesos que por um ou outro motivo se tornaram imóveis e necessitam estar sobre o leito, e são justamente estes o nosso foco de hoje. Como sabemos, dependendo do grau de obesidade, algumas pessoas apresentam características importantes, como na lista a seguir: • Limitações articulares que dificultam a movimentação livre no leito (seja ativa ou passivamente); • Temperatura corporal mais elevada, pois o tecido adiposo do corpo serve como isolamento térmico, diminuindo a perda e dissipação do calor; • Aumento da área de contato e da pressão entre corpo e leito; • Diminuição da circulação sanguínea em toda superfície apoiada, o que diminui também o aporte de nutrientes e oxigênio para esses locais; • Dificuldade para movimentação e posicionamento no leito por parte do profissional de saúde ou cuidador que está auxiliando. Quanto a isso, ressalta-se o fato de muitas vezes o paciente ser arrastado pelo leito, aumentando o atrito do corpo e o cisalhamento, o que pode resultar em sérias lesões teciduais. Diferentemente de pacientes muito magros, as úlceras de pressão de um paciente obeso não se dão diretamente pela pressão das partes ósseas contra a cama ou cadeira. Neste caso, o excesso de peso é mais importante do que as protuberâncias ósseas. De maneira geral, as orientações são basicamente as mesmas: Para evitar úlceras de pressão, o importante é a mobilização! A cada duas horas, no máximo, o paciente, seja ele magro ou com sobrepeso, necessita ser mudado de posição. Deitado de barriga para cima (decúbito dorsal) e de lado (decúbito lateral), alternando para que o corpo tenha tempo e condições de reestabelecer a circulação local. Igualmente importante, é a necessidade de um atendimento multiprofissional para este paciente. Fisioterapeuta, enfermeiro, nutricionista e médico trabalham conjuntamente para potencializar seu bem-estar. De forma complementar, também existem órteses, equipamentos e técnicas que auxiliam no cuidado pessoal.
Texto por: André Canali
REFERÊNCIAS: O'Sullivan, Susan B; SCHMITZ, Thomas J. Fisioterapia: avaliação e tratamento. 2. ed. Sao Paulo: Manole, 1993.
ANGARTEN, M. G., SANTOS, M. L. F. Detecção de alterações em exame físico da pele da região de apoio de pacientes submetidos prolongadamente a um mesmo decúbito. Rev. Bras. Enf., Brasília, n.33.
MATOS, Fernando. Causas e fatores de risco de úlceras de pressão (escaras). Disponível em: <http://www.news-medical.net/…/Causes-and-risk-factors-of-pr…>
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